8.11.09

é difícil


preferia saber em que dia partes para longe. isto porque das últimas vezes que estive contigo, senti que era uma despedida e isso é demasiado doloroso. abracei-te, estavas encharcado pela chuva. afagaste-me os cabelos e ofereceste-me aquele teu olhar carinhoso que sempre admirei. sim, já passaram quase quatro meses. mas não houve um único dia em que tenha deixado de te querer. ontem, enquanto tentava adormecer, quis escrever-te uma carta de amor; não temos nenhuma, é verdade; ficou muita coisa aqui dentro, quem me dera ter-te abraçado mais e com mais força; aliás acho que agora é que percebo o quanto és para mim. agora, que já não te posso abraçar. agora, que te vais embora. não sei quando, mas vais. desejo não me esbarrar contigo na rua, para não ter de novo a sensação de despedida que senti das últimas vezes. vejo-te feliz longe daqui e desejo esbarrar-me contigo lá ou aqui e nunca mais me afastar. surgem outras pessoas na minha vida, mas parece que há sempre algo cá dentro que se acende em tua memória. às vezes penso que nunca ninguém te vai substituir; mas sou uma miúda, não é? "tens uma vida pela frente". posso ter, posso não ter. já tu, pareces ser a certeza aqui dentro. sim, talvez te escreva uma carta.

da sempre tua,
Rita


[desenho gentilmente cedido por Rosário Pinheiro]

2 comentários:

Madame disse...

revejo-me no teu texto...mesmo...muito. quase que o podia assinar.

ja nao vinha ao teu blog há algum tmp...shame on me.


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jessexy disse...

olhó desenho dela (:
q bonito texto ritona*