3.8.09

mexeu comigo desde o primeiro dia em que estive com ele. estivemos muito tempo sem nos ver e até um pouco chateados,de alguma forma. até que de repente voltou o interesse, até fascínio. ele é uma pessoa singular em toda a sua plenitude, mas descobri que pode ser porco também. acreditava que o sexo resolvia muita coisa, mas às vezes até complica. porque me confundiu..achei que tinhas desvanecido de dentro de mim e deixei-me levar por ele, por aquilo que estava aqui dentro adormecido. a partir daí, fiquei a esperar mais e isso fez-me mal, porque ele não estava nem aí. usou o meu corpo e a minha minha roupa e isso iludiu-me, deu-me o cheiro de que algo podia ali nascer. foi então duas noites depois que percebi que tinha sido apenas uma. e nessa mesma noite encontrei-te por mero acaso. o espanhol pediu-me isqueiro e quando olho para trás ele está a acender o teu cigarro. o teu olhar, a tua ternura. abraçamo-nos como ainda amantes, olhamo-nos como velhos companheiros. e conversamos perto, como sempre gostamos. apreciaste e beijaste a minha mão, como se fosse o primeiro dia, no meio de tantos outros que se seguiram. não queria ir embora,mas tive que aproveitar que a chuva tinha passado, como desculpa de não cair na fraqueza de te beijar e amar mais e mais uma vez. lembras-te? quando tínhamos aquelas tardes/noites na tua cama, enrolados, sem areias do tempo? quando mil beijos e carícias e olhares nunca eram o suficiente? éramos o cobertor um do outro, era simples e belo demais. sinto que isso me foi arrancado, como um filho é arrancado de uma mãe. desesperei, mas não podia voltar para trás. volto a dizer-te que te dou muito valor e que te acho mesmo boa pessoa, apesar de não termos concordado em relação ao nosso envolvimento. és tão genuino, aprendi tanto contigo. entristece-me profundamente não poder estar ao teu lado, mas sorrio largamente para o que deixaste dentro de mim. é também dentro de mim que o quero tirar. depois de te olhar e do nosso longo abraço de despedida, arrependi-me pela primeira vez na vida, de tantos anos de vida. de ter possuído outro corpo nesta altura, que não o teu. senti-me suja porque não fui a única, senti-me desrespeitada porque não sou uma rapariga que ele conheceu há dois dias, há historial. senti que tu sim és transparente, para minha alegria e desgraça. és o meu amor, por muito que vás para longe 1000 kms, há uma pedaço dentro de mim que te pertence. agradeço-te por isso e acredito que daqui a 1 mês, 1 ano, 20 anos, uma vida, seremos capazes de nos abraçar da mesma forma.


(a minha cabeça tem tantas frases soltas que só escrevendo é que começa a fazer sentido. ah! paredes de coura, tirando precalços emocionais, foi genial. mas mais tarde falarei sobre isso eheh)

4 comentários:

Dionísio disse...

quando se entra num fluxo de pensamento , tudo começa a encaixar em harmonia sem que a nossa vontade o controle.


em relação às palavras, não me sinto na posição de as comentar.

Eurico disse...

as letras dos sabão, são isso mesmo,
uma reflexão escrita : )

Mars disse...

texto muito profundo, sente-se bem o amor que houve entre vocês. tens razão, um dia vão se encontrar novamente e abraçarem-se como se não houvesse mais nada no mundo.

gostei muito daquela foto ali da tenda, muito gira :)
um beijinho :D

betânia liberato disse...

olha,isto esta mesmo muito bonito